Objetivos:Aprender sobre redução de textos, coesão e hierarquização de informações
Introdução: Oue tal explorar algumas técnicas editoriais para exercitar a concisão textual dos estudantes? VEJA pode ser uma preciosa aliada nesse processo.
Atividades
1ª aula - Divida a turma em grupos e distribua os exemplares de VEJA para que todos possam folhear. Chame a atenção para o conteúdo jornalístico da revista. Ele inclui a capa, o sumário, o editorial, a seção de cartas, reportagens, entrevistas, artigos, resenhas e pequenas notas tudo isso ilustrado por fotos, desenhos, gráficos e infográficos. Se julgar necessário, conceitue esses gêneros.
Explique que os componentes de cada página são harmonizados esteticamente com o objetivo de organizar a leitura e produzir um efeito agradável aos olhos. E os textos, claro, estão entre os itens principais da publicação. Eles são redigidos após cuidadosas apurações e checagens de dados e, antes de ser finalizados, passam por revisões ortográficas e gramaticais igualmente criteriosas.
Peça que os alunos reparem no tamanho de cada texto. Há os que ocupam várias páginas, enquanto outros limitam-se a poucas linhas. Mas nenhum deixa de mandar seu recado. Conte que o destaque dado pelos meios de comunicação às diferentes informações que eles veiculam depende de parâmetros estabelecidos pelos editores e chefes de redação. Cabe a esses profissionais diferenciar, por exemplo, os assuntos que merecem manchete de capa daqueles que podem, no máximo, gerar notícias breves. Ao longo da elaboração de cada número de VEJA, também chega ao conhecimento dos repórteres e seus superiores uma profusão de pautas que, por uma razão ou outra, não entram no produto acabado.
Agora, convide os adolescentes a brincar de jornalistas. Diga que os textos informativos - os ensaios, opinativos, não se encaixam necessariamente nessa categoria - devem responder a cinco perguntas básicas:
Quê? Quais são os acontecimentos a ser relatados?
Quem? Quais são os personagens envolvidos na história?
Quando? Em que tempo se deram os fatos?
Como? De que maneira as ações transcorreram?
Onde? Em que lugar isso ocorreu?
Por quê? Quais as razões desses acontecimentos?
Sugira, então, que as equipes busquem esses dados em textos da revista previamente escolhidos por você. Os jovens deverão transcrever os resultados numa folha de papel.
2ª aula Verifique se todos chegaram às mesmas conclusões ao realizar a atividade da aula anterior. Caso tenham surgido discrepâncias, a que elas podem ser atribuídas? Interpretação equivocada das informações? Imprecisão dos textos? Um debate rápido vai pôr fim às dúvidas.
Em seguida, estimule a classe a editar uma reportagem longa da revista. Providencie cópias desse material e entregue a cada grupo. Desafie-os a reduzir o texto às dimensões de uma página sem imagens (o uso de tesoura e cola é recomendável nesse caso). O título será mantido - ou reescrito, se não couber. Para cumprir a missão a contento, os alunos precisam se valer do bom senso para hierarquizar informações e abrir mão daquelas que consideram menos importantes. Lembre-os que as perguntas fundamentais já mencionadas têm, obrigatoriamente, de ser respondidas.
3ª aula Solicite que, uma vez concluídos, os trabalhos de edição sejam lidos em voz alta. Compare-os e questione os critérios empregados. Que informações foram dispensadas? Até que ponto elas fazem falta para a compreensão do assunto? Que dificuldades a garotada encontrou durante o exercício? Proponha uma eleição, por aclamação, do melhor texto final.
A seguir, complique um pouco mais as coisas: providencie cópias do texto selecionado, repasse-as aos adolescentes e encomende uma nova versão que caiba em meia página. Libere-os para criar outro título.
4ª aula Como ficaram as minirreportagens? Os grupos foram bem-sucedidos na tarefa? Houve alguma necessidade de adaptar parágrafos, frases ou palavras a fim de respeitar as limitações de espaço impostas?
Ensine que esse tipo de atividade é comum no cotidiano de jornais e revistas. E as motivações variam bastante: a notícia envelhece e perde relevância, uma agência de publicidade compra uma fração da página para colocar um anúncio comercial etc.
Oriente a redução definitiva da matéria-prima que os estudantes têm em mãos, propondo que o texto seja transformado numa nota de cinco ou seis linhas que pode ser redigida à mão, para ninguém perder tempo.
Mostre que a concisão envolve duas grandes exigências:
Um razoável nível de conhecimento do tema sobre o qual se discorre facilita a hierarquização dos dados.
Domínio dos recursos da língua, incluindo riqueza vocabular. Porque, entre outras coisas, isso evita repetições monótonas na estrutura das frases e minimiza a redundância de palavras.
Para ir mais longe
Pergunte se a garotada sabe quem foi Mark Twain. Informe que esse romancista americano, nascido Samuel Langhorne Clemens, lançou livros consagrados como As Aventuras de Tom Sawyer e O Príncipe e o Mendigo. De sua atuação no jornalismo (em que recebia uma quantia fixa por palavra grafada), ele tirou uma lição valiosa: Não vou escrever megalópole se eu ganho o mesmo para escrever cidade.
Disponível no site da Revista Nova Escola