terça-feira, 20 de setembro de 2011

Crescimento Saudável com Terapia Integrativa

Por que algumas crianças crescem mais do que outras?
O crescimento, na verdade, não depende de um fator só. Ele é multifatorial: a questão nutricional e doenças, por exemplo, o influenciam. Mas, sem sombra de dúvida, o fator genético é preponderante. Se a criança não tem doença nenhuma, se as condições são boas, não são adversas, o fator genético é o que mais conta.

Quando é preciso se preocupar?
O pediatra tem uma ferramenta importante para acompanhar o desenvolvimento: a curva de crescimento. No momento em que ele percebe que essa curva está em decaimento – ou seja, a criança se desenvolvia num determinado nível de crescimento, e ele cai –, o médico já deve se preocupar. Em seguida, deve pedir algum apoio laboratorial ou encaminhar o paciente para consulta com especialista. Se diminui a velocidade de crescimento, é preciso ver o que está acontecendo.

Há uma idade ideal para diagnosticar o distúrbio de crescimento?
Não necessariamente, já que o problema pode ocorrer desde o início da vida. Mas é importante ressaltar o caso de pais que chegam ao consultório com uma criança de 12 ou 13 anos dizendo: “Estou preocupado com o crescimento do meu filho”. O problema é que o tempo já passou. Essas crianças precisam ser vistas pelo especialista o mais cedo possível, antes do “estirão pubertário”. O que posso dizer é que quanto mais cedo, melhor.

É comum que muitos pais nem percebam que há algo errado com a criança? Por quê?
É difícil dizer. Depende de como a família encara o assunto. Quando a criança começa a frequentar a escola, ela mesma cobra os pais, dizendo: “Eu sou menor que meus amiguinhos”. Depois, vêm as cobranças de pessoas próximas, como avós e tios, e também as regras externas, como as normas de parques de diversão, que não aceitam em seus brinquedos crianças abaixo de determinada altura. O que é difícil é conscientizar a família acerca do distúrbio do crescimento, em qualquer camada social.

Todos os problemas de crescimento precisam ser tratados com hormônio de crescimento?
Na verdade, isso acaba como uma via comum no consultório do endocrinologista pediatra. E nem sempre o problema é endocrinológico. Existem algumas situações importantes: as infecções crônicas, como a infecção urinária crônica, problemas pulmonares crônicos, diarréia crônica. Às vezes, a criança fica sendo tratada com hormônio do crescimento quando, na verdade, o problema é outro. O importante é tratar a doença de base: não adianta ficar dando hormônio.

O hormônio do crescimento sempre adianta?
Se você fizer um diagnóstico preciso, sim. Crianças com déficit do hormônio do crescimento, idade óssea atrasada ou curva em decaimento, diferente do padrão genético da família, podem ser tratadas – e com elas você obtém um resultado excelente. Existe um leque grande de situações que, uma vez diagnosticadas e tratadas, respondem muito bem ao hormônio de crescimento. Mas essa coisa de dizer: “Está tratando e está crescendo” não é sempre correta. É preciso entender que a criança também cresce sem tomar nada. Crescer é normal.

O hormônio do crescimento apresenta efeitos colaterais?
Não existe remédio sem efeito colateral. Hormônio de crescimento também tem as suas situações, porque ele é um estimulador de fator de crescimento. Ou seja: uma doença que iria aparecer daqui a dois anos, aparece antes. Por exemplo, o diabetes. Um outro fator é que alguns estudos dizem que ele é produtor de tumores. Então, é preciso tomar cuidado, porque, às vezes, o tumor já existe. Na hora do crescimento rápido aparece tudo, até a escoliose. Todas essas situações precisam ser muito bem acompanhadas - e de perto.

Você acredita que o tratamento para crescimento pode mudar a perspectiva de vida de uma criança?
Sem dúvida. Existe uma situação extremamente importante que é a auto-imagem. A criança precisa se gostar. E ela está em uma fase em que está reforçando a formação da sua personalidade. Há muitos desvios de personalidade, mas você pode contornar isso perfeitamente bem se a pessoa cresce em um ambiente saudável, com influências saudáveis. Então, o fato de a criança se sentir diminuída diante dos amiguinhos pode deteriorar a auto-imagem dela. Isso é muito ruim em termos de perspectivas e de desenvolvimento de uma criança.

Como trabalhar com as crianças que serão baixas?
Eu costumo dizer que o pequeno também é bonito, desde que seja normal. Do outro lado, ter uma altura muito elevada cobra um preço, já que é preciso ter uma estrutura bonita e uma postura apresentável. O que é importante transmitir para as crianças é que, tendo uma altura normal, a coisa mais importante é a maneira como você se apresenta. Ninguém se contenta com a altura média: 1,62 m para a mulher e 1,75 m para homem: a menina sonha em ser modelo e os meninos querem ser jogadores de basquete. Tudo depende do sonho de cada um, e esse sonho é a perspectiva de vida da criança. Por isso, é preciso trabalhar com cuidado e carinho para eles mudarem suas perspectivas em termos de projeção de profissão no futuro. Sempre lembrando que não é verdade que a altura garante algum sucesso ou status social. O importante é ser normal.

E sobre aqueles esportes que deixam as pessoas “baixinhas”, como ginástica olímpica. Isso é verdade?
Não é verdade que ginástica olímpica deixa as pessoas mais baixas e nem que o basquete aumenta o tamanho. Ninguém vai jogar basquete para ficar com 2 metros: ela vai jogar basquete porque ele já tem 2 metros. A única contra-indicação em matéria de exercício físico é a musculação, tanto para a criança quanto para o adolescente. Isso é absolutamente contra-indicado. Você tem um aumento de massa muscular que não é correspondente ao aumento da massa óssea. Dependendo do tipo de exercício que você faz, pode até ter pequenas deformidades ósseas. Não estou falando da fisioterapia, pesinhos de 1 ou 2 kg. De resto, nós temos que estimular as crianças a fazerem exercícios físicos de pelo menos uma hora por dia, a vida inteira. A melhor coisa que existe é criança correndo atrás de bola.

Adultos também podem crescer?
Se crescer, corra, porque pode ter alguma coisa ruim por trás disso. O adulto fechou a cartilagem de crescimento, ele não tem mais como crescer em comprimento. Então ele cresce pelas extremidades: mão grande, pé grande, queixo grande, nariz grande, orelha grande. Os adultos que não se atrevam a mexer na estatura. Sempre que você falar de altura e de puberdade, você tem que falar de idade óssea. A idade óssea fechou, acabou o crescimento. Na menina ela fecha entre 15 e 16 anos e no menino, entre 17 e 18 anos.


http://veja.abril.com.br/especiais_online/crescimento-saudavel/nuvarte.shtml

"Mente sã, corpo são."
Cinthia Souza
Terapeuta e Pedagoga
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