quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Plano de aula: O ideal grego de Amor

Objetivos: Apresentar a teoria platônica das formas, partindo da tentativa de definição universal do Amor, presente no diálogo O Banquete.
Conteúdos: O inteligível e o sensível na filosofia platônica.
Tempo estimado: Duas aulas
Material Necessário: Cópias dos textos O Banquete e A Alegoria da Caverna, de Platão.
Atividades
1ª aula - Escreva no quadro: O que é amor?
Leia o poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Camões. Peça que cada aluno escreva em seu caderno uma resposta a essa pergunta, colocando em suas próprias palavras uma definição para amor. Estipule um tempo para que eles pensem e escrevam suas respostas, que devem ser curtas e objetivas. Proponha que alguns alunos leiam as respostas em voz alta e discuta-as com o grupo, enfatizando a dificuldade de se definir um sentimento em palavras. Proponha que eles construam uma resposta conjunta e a escreva no quadro. Diga à turma que o Amor vem sendo objeto de análise e reflexão por muitos séculos e mesmo os gregos já se ocupavam de tentar defini-lo. Uma das passagens da filosofia grega que abarca esse tema é O Banquete, de Platão. Contextualize o momento histórico em questão e ofereça informações sobre o autor.
Em seguida, explique que o texto foi escrito como um diálogo e escolha seis voluntários para representar os personagens na leitura do texto. O professor será o narrador:
Fedro, o retórico
Pausânias, o rico negociante
Erixímaco, o médico
Aristófanes, o escritor de comédias
Agatão, o poeta
Sócrates, o filósofo
Após a leitura, pergunte aos alunos o que mais chamou a atenção no texto. Se necessário, releia passagens junto com o grupo para garantir o entendimento. Discuta as diferentes abordagens de Amor que o texto oferece.
Em casa, os alunos devem reler o texto e responder as seguintes perguntas por escrito:
1) Em que a explicação de Sócrates sobre o que é o Amor difere da resposta dos outros personagens?
2) Como Sócrates relaciona Amor e Filosofia?

2ª aula
Inicie a aula retomando a atividade que os alunos realizaram em casa. Permita que eles discutam suas respostas. Explique ao grupo como a ideia de Sócrates sobre o Amor se caracteriza primeiramente por não pretender fazer um elogio, mas compreender sua essência. Peça que os alunos procurem definir outros valores universais, como o Belo ou a Verdade. Pontue os desafios que se apresentam quando tentamos definir esses conceitos, sendo mais fácil identificar coisas belas do que o Belo, expressões verdadeiras do que a Verdade. Da mesma forma, o Amor que Platão aborda nesse diálogo não é a coisa amada ou o sentimento de amar, mas a ideia transcendente de amor.
Distribua aos estudantes o texto A Alegoria da Caverna, de Platão. Explique sua origem e relevância para a compreensão da visão grega do mundo das ideias. Permita que a turma leia o texto em silêncio e individualmente. Verifique a compreensão do texto. Se achar necessário, peça que alguns alunos se alternem na leitura em voz alta, para que a classe acompanhe e tire dúvidas coletivamente.
Explique a noção grega de forma. As coisas do mundo sensível participam das ideias de belo, verdade etc. e, para os platônicos, essas são ideias que habitam outra dimensão, que não pertencem completamente ao mundo dos homens, mas podem apenas ser vislumbradas por meio da observação das coisas que participam delas e se dão à nossa percepção. Introduza os conceitos de sensível e inteligível discutindo a capacidade do Homem de conhecer o que não é sensível.
Para finalizar, proponha que os alunos representem a ideia de Amor por meio de uma linguagem não filosófica, mas artística. Eles podem produzir desenhos, pinturas, músicas ou poemas. Discuta com eles se essa outra forma de expressão foi mais eficiente que a tentativa de descrição por meio de um texto, e qual a diferença entre elas.
Avaliação: A avaliação será feita por meio da análise da atividade realizada em casa. Considere também a contribuição aos debates e o trabalho de representação da ideia de amor por meio de linguagem poética.


Plano de aula disponível no site da Revista Nova Escola